quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Algumas formas de sonhar a Idade Média (O Incrível Exército Brancaleone, El Cid e Coração Valente)




Salve pessoas... venho aproveitar uma brecha entre a correria do doutorado, trabalho, natação e demais viveres pra falar das vicissitudes da sala de aula. Quando tudo mais me cansa, os estudantes me lembram que é por essa troca que eu tô lá. Professor também tem salvação meu povo... é só não se deter em que o sistema seja o foco. O foco são as pessoas. As pessoas que querem... e as que podem querer...
Em sala de aula, vai tudo bem. As turmas de 6o ano estão terminando o mito de Gilgamesh e o estudo da Mesopotâmia. Essa ano passei a realizar a encenação de todos os mitos e vem sendo realmente um sucesso, a molecada pira. Na aula expositiva sobre a Mesopotâmia, aproveitei para mostrar as fotos da minha viagem pra África do ano passado. Falei sobre o apartheid, o risco de extinção de animais e sobre a evolução do ser humano (com as imagens dos fósseis do australopithecus sediba que estudamos no 2o bimestre.
As turmas de 8o ano estão estudando a Idade Média. Antes de entrarmos na questão da terra e da propriedade no medievo, opto por trabalhar os imaginários sobre a Idade Média. Introduzo a discussão com uma versão adaptada do texto "Dez Formas de Sonhar a Idade Média" do Umberto Eco (do livro Sobre o espelho e outros ensaios). Estudei esse texto no começo da minha graduação e sempre tive grande apreço por ele e suas possibilidades. Num segundo momento, passamos para três filmes que tratam da Idade Média: El Cid, o épico de Anthony Mann de 1961; O Incrível Exército Brancaleone, a comédia italiana de Mario Monicelli de 1966; Coração Valente, filme de Mel Gibson de 1995.
A culminância do processo é refletir sobre esses documentos. Um debate em sala de aula, dando opiniões onde a minha mediação vai trazendo informações, fazendo comparações, marcando que cada filme fala mais da época em que foi feito do que da época de que quer falar.  A ideia é permitir que cada estudante potencialize sua forma de sonhar a Idade Média.
Ensinar história deve ser ensinar a fazer história, já dizia a Elza Nadai.


terça-feira, 5 de agosto de 2014

Avaliação, resultados, novos diagnósticos e fim do 2o bimestre

Salve salve pessoas.. ano estranho esse viu. É a primeira vez que o 2o bimestre terminou depois das férias de meio de ano. Ou seja, por conta da copa teve um intervalo de um mês nas aulas bem no meio do bimestre. Como ao invés de reclamar do que não podemos mudar, cabe trabalhar com o que temos. Com os 6os anos, eu alterei o trabalho que normalmente faço sobre os ancestrais do ser humano de grupo para individual e para ser feito durante as férias. O resultado foi satisfatório. Com os 8os anos, esse período serviu para a leitura do livro A Utopia do Thomas Morus. O resultado não foi tão satisfatório em pelo menos 2 das 3 turmas.
Além disso, com o bimestre encerrado é possível ver o que conseguiu ser melhorado e o que já pode ser pensado pro ano que. Como estarei de licença para o doutorado, estou tentando ser o máximo efetivo nesse ano ainda. e posso trazer as primeiras considerações do ano. O objetivo do 2o bimestre deve ser reavaliar o diagnóstico inicial dos estudantes traçados no 1o bimestre. Mais uma vez, o centro do debate não devem ser as notas, mas sim as práticas, experiências e aprendizagens do educando. Reavaliar sua leitura e fazê-lo ler mar, desenvolver sua escrita, aproximar-se das família, semear disciplina, entre outros.
Duas estratégias de recuperação continuada estão sendo implementadas no 6o ano: o trabalho para a feira de ciências, que consiste na produção de revistas de leituras com a história do Recanto das Emas, escritas por nós em sala a partir das biografias do avós dos estudantes de cada turma; a correção e o re-fazer do trabalho sobre os ancestrais do ser humano.
Nas turmas de 8o ano a recuperação consiste em novas e constantes reavaliações da leitura do livro "A Utopia" até que seja apresentado um bom entendimento da obra e de sua importância.

6o ano A - Esta turma continua apresentando dificuldades na realização dos trabalhos. O grande número de alunos repetentes, 7 no total, é um dificultador, sendo que o desempenho de todos piorou. Ainda assim, os alunos 8 e 10 são os que preocupam pelo desempenho nas atividades. O aluno 8 continua extremamente faltoso (21 faltas em 60). Os outros repetentes seguem regulares (o aluno 7 está bom). A aluna especial de socialização difícil foi transferida para um abrigo por problemas familiares e desligada da escola.
Entre os estudantes não-repetentes, que mereciam atenção a aluna 5 segue com dificuldades na realização dos trabalhos e na apreensão de conceitos, apesar de ser esforçada. Este é o mesmo caso da aluna 14. A aluna 19 está praticamente reprovada, uma vez que dificuldades familiares e o desinteresse impediram as iniciativas de recuperação. A estudante deve ser trabalhada para realizar um bom 6o ano em 2015. O mesmo vale para os alunos 11, 24 e 26. Todos os três continuaram a não realizar atividades, mesmo com novos prazos, chamada aos pais e auxilio direto. O estudante 16 também está praticamente reprovado pelo grande número de faltas (24 em 60), embora seja esforçado. O aluno 3 abandonou a escola.
Merecem atenção pela queda no desempenho os estudantes 13, 23, 28, 29, 30 e 31.
Entre os destaques da turma temos 9, 2 e 12.

6o ano B - Essa turma seguiu com alguns problemas de assiduidade nas atividades, apesar dos efeitos positivos do envolvimento do professor conselheiro. Boa parte dos educandos apresentou melhora de desempenho, ainda que ainda existam problemas graves específicos. 
Dentre os 5 repetentes da turma, apenas a aluna 22 apresentou continuidade na melhora do 1o bimestre em relação à 2013. Os outros 4 apresentaram sensível piora, sendo que em 2 casos (21 e 28), a nova repetência parece iminente e pelos mesmos motivos do ano anterior. A aluna 28 insiste no mesmo comportamento evasivo e protelador do ano anterior, enquanto o aluno 21 não expressa qualquer interesse.
Apresentaram satisfatória melhora os alunos 5, 8, 9, 13, 17 e 18, embora ainda demandem atenção. O aluno 12 é certamente o caso mais grave da turma, com sensível piora e perfil psicológico problemático. Falta muito (19 faltas) e já está reprovado. A aluna 24 é um caso grave, pois perdeu a mãe, abandonou os estudos e "voltou" a estudar, o que parece ser uma questão de tempo até o abandono total, ainda mais pela faltas constantes (23 faltas). Quatro outros casos de reprovações que são certas, devendo haver um trabalho visando à adequação em 2015 são dos alunos 11, 25, 29 e 30.
Merecem atenção pela queda no desempenho os estudantes 1, 6, 19, 23 e 26.
Entre os destaques temos 2, 15, 10 e 22.

6o ano C - Esta é a turma em que sou professor conselheiro e que apresentou um dos piores desempenhos do 6o ano no 1o bimestre. Houve uma melhora sensível na turma comigo, muito embora as dificuldades sejam grandes pelos inúmeros casos de indisciplina que são reunidos ali para ficar sob a minha tutela. A aluna especial 16 apresentou melhora sensível, embora ainda restem arestas consideráveis com uma professora (muito tolerante por sinal). A aluna evoluiu, mas ainda tem suas crises e excessos. Ela continua demandando muita atenção e potencializando alguns conflitos, mas tem dado retorno. Devo destacar a grande ajuda de alguns alunos, como o representante de turma 11, que me auxilia bastante.
Dos repetentes, além de 16, apenas o aluno 21 apresentou alguma melhora. Os alunos 6 e 21 tiveram queda pequena, ainda mantendo bom nível de desenvolvimento. O aluno 26 teve piora causada principalmente pela indisciplina, mas ainda está acompanhando os processos de ensino-aprendizagem.
Entre os alunos não-repetentes, os estudantes 2, 9 e 19 apresentaram alguma melhora, mas as dificuldades de aprendizagens e de interesse ainda são tremendas. Os 3 me parecem indicados para reprovar e terem um caminho mais embasado no ano que vem. Somam-se a eles três casos de abandono, 22, 28 e 29.
Casos também graves, que apresentaram piora, mas que ainda respondem em algum nível às propostas são 4, 7, 20 e 30. Alguns casos que melhoraram, mas ainda requerem cuidados são 13 (ainda falta muito), 14 (ainda é muito indisciplinado), 18 (péssima leitura) e 31 (indisciplina e defasagem grande, pois tem 14 anos - ele era o 24 da turma E no 1o bimestre). Outros casos delicados são 32 e 33, que chegaram depois das férias. O aluno 32 falta muito e 33 é indisciplinado (histórico de mudanças de escola todo ano), mas tem grande potencial.
Um caso ótimo foi o aluno 27, que começou o ano muito mal, mas apresentou grande melhora, sendo até destaque. Além dele os destaques são 11, 23 e 15.

6o ano D - Assim como essa foi a turma que mais me surpreendeu no 1o bimestre, houve uma queda sensível no 2o bimestre. Apesar de o ambiente da turma ter se tranquilizado, houve uma piora no capricho dos trabalhos e no número de cadernos completos. A agitação continua excessiva e parece que mais intervenções são necessárias, pois a confiança adquirida no 1o bimestre se esvaiu.
Dos 2 repetentes, o aluno 20 abandonou. A aluna 24 teve uma queda nas avaliações, mas sua socialização e interesse parecem ter melhorado, o que ainda dá algum respaldo para as medidas tomadas com relação a ela.
Dos pouco casos que demandaram atenção especial no 1o bimestre, o aluno 16, apesar de aparentar interesse, seguiu com crescentes dificuldades e deve ficar retido para 2015. A aluna 2 é outro caso de abandono, assim como o aluno 30. O estudante 1 melhorou um pouco, mas segue péssimo no que tange a conceitos, escrita e participação. Além destes, apresentou sensível piora o estudante 7, que soma aos problemas anteriores uma indolência tremenda.
Outros casos de piora grave são 14, 17, 18 e 28. Requerem alguma atenção 5, 6, 13, 15, 23 e 29.
Os destaques são 10, 11 e 22.

6o ano E - Essa turma continuou caindo de desempenho desde o final do 1o bimestre. Houve um grande número de abandonos, os alunos 4, 10, 19 e 31. Um dos casos difíceis, o aluno 24 foi transferido para o 6o ano C, muito embora o aluno 25, tenha continuado a dar trabalho e caído no desempenho pelas muitas faltas e suspensões. Os outros dois repetentes 2 e 8 também caíram de desempenho mas seguem regulares, sendo necessário manter a atenção.
A realização das atividades e o caderno completo deixaram de ser aqui uma constante. Dos casos de piora como 11, 13, 14, 22 e 26, todos deixaram de ter a matéria copiada e as atividades bem feitas. Alguns casos de melhora, mas que requerem cuidados sérios ainda são 7, 20, 21 e 27. Um caso delicado é do aluno 3, que além da piora, apresenta dificuldades extremas de lidar com conceitos mais elaborados. O aluno 17 faltou desde o retorno pós-férias, aparecendo apenas hoje, mas seu caso já está sendo resolvido.O caso mais grave é do aluno 25, que se esquivou de todas as iniciativas de ajuda e apesar de repetências anteriores, é um candidato a nova retenção, uma vez que não realizou nada do que foi proposto.
Os destaques são 9, 29 e 23.

6o ano F - Essa turma segue sendo a mais problemática, havendo muita infantilidade em grande número de alunos, além de sérios problemas disciplinares. A turma ainda recebeu educandos ao longo do 1o bimestre, tem graves de disciplina e socialização entre os estudantes e pouca cooperação.
Entre os repetentes, temos 4 situações bem específicas: o aluno 5, segue sendo o grande destaque da turma; o aluno 8, segue apresentando melhora, mesmo que tímida, mas ainda tem problemas de faltas e compromisso; a aluna 24, que apresenta o mesmo perfil enrolador e dissimulado do ano anterior e já está reprovada; a aluna 17, que abandonou. Outros casos de abandono é o do aluno 6. 
Entre os casos mais graves são 1, 2, 14 e 21, pioraram. Os dois últimos não apresentam bases para seguir para o 7o ano e devem ficar retidos, enquanto a aluna 2 deve ser transferida de turma para ser separada da irmã. Também tiveram queda de envolvimento os alunos 7, 10, 12, 15, 22 e 25, devendo ser observados e alvos de intervenções. A aluna 13 apresentou sensível melhora, assim como o aluno 19, mas este ainda está em situação crítica, sendo candidato à reprovação. Estão reprovados por sequer terem tentado 28, 29 e 30.
Alunos que devem ser observados pela queda abrupta, mas que apresentam boas condições são 9 e 20.
Os destaques ficaram por conta de 5, 23 e 3.

6o ano G - Essa turma que teve um desempenho mais que satisfatório, acabou seriamente prejudicada nesse bimestre pela turma numerosa e pelo grande número de alunos indisciplinados. Vários dos estudantes aplicados acabaram contagiados ou atrapalhados pela bagunça dos colegas.
Dos cinco repetentes, apresentou melhora o número 19, um caso especial, uma vez que esse estudante é semi-analfabeto ou analfabeto funcional e requer um tratamento totalmente diferenciado. Ainda que com enorme dificuldade, ele tem evoluído e realizado as atividades, além de ter passado a preferir companhias mais solidárias. Além dele, o aluno 16 também tem dificuldades severas, apresentou alguma melhora, mas ainda paga o preço da indisciplina e defasagem (já está no 6o ano pela terceira vez). Dos outros três repetentes, dois tiveram desempenho ainda melhor, com 3 e 23 crescendo muito, principalmente nas responsabilidades. O aluno 23 é um dos destaques da turma, além de uma liderança positiva. O aluno 20, que vinha muito bem, teve uma queda sensível.
Entre os estudantes que demandavam maior atenção, o aluno 1 piorou ainda mais e deve ser retido. Esse também é o caso do estudante 6. Já o aluno 13 já está reprovado pela questão disciplinar, sendo um dificultador da convivência da turma. Curiosamente, dois casos de grande melhora foram 12 e 22, ainda que o segundo tenha recaídas disciplinares. O aluno 12 foi a maior melhora do 6o ano. O aluno 26 melhorou no empenho, mas também ainda tem problemas disciplinares. Enquanto que o aluno 18 melhorou, mas ainda tem extrema dificuldade na apreensão de conceitos. O aluno 10 está próximo do caso de 13, mas com um contexto familiar mais grave. O aluno 30 é o único caso de abandono.
Tiveram piora e precisam de atenção especial 5, 8, 21, 29 e 31.
Podemos destacar os estudantes 2, 23 e 12.

8o ano A - A surpresa mais agradável desse ano começou a apresentar suas dificuldades, mas ainda é uma turma que vai bem. O 8o ano A agrega os alunos com histórico de repetência e dificuldades na aprendizagem (vários oriundos da aceleração) na primeira e não na última turma. Além disso, o grupo formado mostra interess, mas a dedicação e participação caíram, principalmente na leitura do livro "A Utopia".
Os casos incontornáveis são 22 e 24 por abandono, além de 21 e 31 por abandono espiritual ainda que não físico. Merecem atenção pela piora no desempenho: 5, 8, 12, 14, 16, 18, 20 e 29. Caso ainda mais grave é o da aluno 15. Apresentaram melhora os alunos 3 e 9.
Os destaques foram 23, 25 e 37.

8o ano E - Essa turma continua dando mais trabalho entre os 8os anos. Houve melhoras após algumas mudanças, além de intervenções como uma reunião com os pais. A turma foi a que teve mais problemas na leitura do livro.
Entre os casos mais graves e que devem ser retidos estão 11 e 20. Além destes, se destacam pela queda de rendimento 1, 2, 7, 9, 16, 21, 22, 24, 30, 33, 35 e 36. Apresentaram melhora digna de destaque os estudantes 26 e 37, sendo a aluna 37 uma prova de como a vontade é um fator indispensável. O aluno 39 melhorou, mas está praticamente reprovado por faltas (teve 18 em 30 só no 2o bimestre). 
Destaques ficam por conta de 10, 28 e 37.

8o ano F - Essa turma foi montada com vários alunos com histórico de bom desempenho, interesse e assiduidade ímpar. Somam-se a eles, o grupo dos alunos portadores de necessidades especiais, que é privilegiado pelo ambiente mais tranquilo e produtivo. A turma foi muito bem de modo geral, embora estejam havendo alguns problemas de conversa excessiva. O aluno 17 que era o destaque negativo entre os especiais, passou a ser o destaque positivo, enquanto que os alunos especiais 12 e 24 caíram de rendimento.
O único aluno já reprovado é 20, que já tem 22 faltas e não realiza nenhuma das atividades. Alguns casos que merecem atenção pela queda no desenvolvimento são 5 e 22, que perderam a primeira chance de recuperação, mas também 7, 11, 15, 18, 25, 27 e 28. O aluno 33 apresentou uma grande melhora e a aluna 35, chegada no meio do bimestre precisa equacionar alguns problemas de notas de outras disciplinas. 
Entre os que apresentaram dificuldade em lidar com os conceitos, apenas o aluno 20 merece menção e, principalemente, pelas faltas excessivas. Quanto ao compromisso, temos 10, 33 e 23, sendo está última agravada pela faltas. A aluna 3 também teve problemas com as faltas. 
Os destaques são 1, 14, 30, 17 e 6.