quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Formatura da saudade


Poucas coisas são tão gratificantes quanto acompanhar o processo de transformação e amadurecimento dos educandos. Ontem foi a festa de formatura do 9o ano. É a terceira geração de estudantes que eu acompanho desde o 6o ano até o 9o. Mesmo fora da escola desde agosto, ainda que com visitas mais ou menos regulares, fui convidado a ser um dos padrinhos da formatura. Foi lindo e a equipe da escola está mais uma vez de parabéns pois as colações de grau e festas de formatura estão cada vez melhores.
No meu discurso, eu falei sobre crescimento e saudade. As alunas e alunos estão partindo para novos desafios, para outras escolas, para outras experiências e vão levar dentro de si uma saudade do que viveram no CEF 308.
A saudade tem muito haver com a memória, pois ela não é o que foi, ainda que traga um certo sabor de como as coisas foram. Saudade é bom. Mostra como as coisas foram importantes, como elas deixaram marcas na gente. O que seria de nós sem a saudade?
Eu sinto muita saudade da escola. Na verdade, sinto muita saudade das pessoas, pois são elas que são a escola, embora elas estejam a escola, já que sempre partem e outras vem ser em seu lugar. Talvez por isso continuei aparecendo com certa constância lá. Às vezes foi pra visitar, outras para terminar algo que ficou pela metade com a saída em agosto. Sempre foi pra aquietar um pouco essa saudade. 
O problema é que nunca retornamos ao local ao qual remete nossa saudade, pois quando voltamos, o que foi já não é e assim sendo, nos sentimos deslocados por almejar o que foi e não o que é. Só nos resta, portanto, levar esse lamento dengoso da saudade dentro de nós.

P.s - Acrescento como é importante aos estudantes passarem o máximo de tempo na mesma escola e não pingando de escola em escola como deseja a burocracia tecnicista que comanda a estruturação das escolas pelas secretarias de educação, que não são só as de SP.